O que é Web3?
Web3 é um termo genérico para tecnologias como blockchain, que descentralizam a propriedade e o controle de dados na Internet. A maioria das aplicações da Internet é controlada por entidades centralizadas que determinam como elas salvam e usam os dados do usuário final. Em vez de estruturas de gerenciamento centralizadas, as tecnologias Web3 (também chamada de Web 3.0, Web descentralizada ou Web semântica) permitem projetos voltados para a comunidade. Nesses projetos, os usuários finais controlam os dados, determinam os preços, contribuem diretamente para o desenvolvimento técnico e têm uma palavra mais significativa na direção do projeto. As tecnologias têm mecanismos que regulam automaticamente a forma como os usuários interagem uns com os outros. Portanto, não há necessidade de uma entidade centralizada controlar essas interações.
Quais são as ideias centrais da Web 3.0?
A Web 3.0 tem quatro atributos principais.
Descentralização
Aplicações Web descentralizadas são um atributo fundamental da Web 3.0. O objetivo é distribuir e armazenar dados em redes descentralizadas. Nessas redes, entidades diferentes são proprietárias da infraestrutura subjacente, e o usuário paga diretamente ao provedor de armazenamento para acessar esse espaço.
As aplicações descentralizadas também armazenam réplicas de informações em vários locais e garantem a consistência de dados por toda parte. Usuários individuais podem controlar onde seus dados residem em vez de entregá-los a uma infraestrutura centralizada. Os usuários descentralizados da Internet podem vender seus próprios dados, se quiserem.
Ausência de confiança
Em aplicações e serviços Web centralizados, os usuários geralmente precisam confiar em uma autoridade central para gerenciar seus dados, transações e interações. Essas autoridades centrais têm controle sobre os dados do usuário e podem manipular as regras do sistema. Os dados podem estar sujeitos a riscos de segurança ou má gestão, resultando potencialmente na perda ou no uso indevido das informações do usuário.
Em contraste, a Web3 introduz a ausência de confiança, para que os usuários possam se envolver em transações e interações sem confiar em nenhuma parte específica.
Web semântica
A Web semântica permite que as aplicações executem tarefas complexas entendendo o conteúdo e o contexto dos dados da Web. Ela usa metadados e inteligência artificial para fornecer significados (semântica) aos dados gerados pelo usuário.
A Web 3.0 visa avançar mais plenamente em direção às tecnologias da Web semântica atualmente encontradas em alguns aspectos das tecnologias Web existentes. Por exemplo, um mecanismo de pesquisa fornece resultados de pesquisa mais precisos e contextualmente relevantes, e agentes inteligentes ajudam os usuários a realizar tarefas com mais eficiência.
Interoperabilidade
A Web 3.0 visa criar mais interconexões entre diversas tecnologias, para que os dados fluam entre diferentes plataformas sem intermediários. A interoperabilidade torna os dados portáteis, para que os usuários possam alternar facilmente entre os serviços, mantendo suas preferências, perfis e configurações.
Ao mesmo tempo, protocolos que integram uma ampla variedade de dispositivos da Internet das Coisas (IoT) expandem o alcance da Web além dos limites tradicionais. Por exemplo, as tecnologias de criptomoedas que oferecem suporte a transações sem fronteiras permitem o intercâmbio de valores entre fronteiras geográficas e políticas.
Por que a Web 3.0 é importante?
Quando a Internet estava apenas começando, as experiências na Web somente leitura eram comuns. Os usuários finais só podiam ler o conteúdo publicado por empresas que compravam e mantinham a infraestrutura que hospedava as páginas da Web estáticas.
Com o surgimento das tecnologias da Web 2.0, como blogs e plataformas de mídia social, as aplicações se tornaram mais interativas. Você pode gerar e publicar conteúdo ou trocar serviços com outras pessoas. No entanto, todas as interações são regidas por autoridades terceirizadas centrais que se beneficiam comercialmente dessa troca de serviços. Elas também podem possuir e controlar os ativos digitais que os usuários finais criam.
Por exemplo, plataformas centralizadas de freelancers conectam freelancers a clientes, emquanto plataformas de compartilhamento de quartos conectam proprietários a locatários. Tanto provedores quanto usuários de serviços criam dados como perfis de serviços, descrições de serviços, perfis de usuário, blogs, vídeos e comentários. As plataformas gerenciam centralmente todos esses dados.
Desafios com a Web 2.0
Enquanto as plataformas centrais facilitam e regulam as interações entre as duas partes, os mecanismos da Web 2.0 criam vários desafios:
- Os provedores de serviços podem não conseguir mover seus dados para outras plataformas sem perder a reputação e a base de clientes.
- Os usuários dos serviços têm controle limitado sobre como seus dados são usados e gerenciados.
- A plataforma centralizada pode tomar certas decisões que podem impactar significativamente os usuários finais. Por exemplo, ela pode filtrar determinados conteúdos gerados pelo usuário ou limitar o acesso do usuário final a determinados atributos do site.
Benefícios da Web 3.0
A Web 3.0 visa avançar em direção ao paradigma de leitura/gravação/propriedade, em que os criadores de dados possuem e controlam seus próprios dados e têm uma maior influência sobre como eles são usados e gerenciados. As tecnologias Web 3.0 fornecem vários mecanismos, permitindo que os usuários finais sejam muito mais do que clientes, tornando-se acionistas e participantes. A seguir estão mais alguns benefícios.
Maior envolvimento
Os usuários interagem entre si e com o provedor da solução de uma maneira mais significativa. Eles recebem incentivos para participação ativa em comunidades online em vez de solicitações de troca de dados.
Privacidade reforçada
O usuário individual determina quem tem acesso aos seus dados. Seus dados não estão acessíveis ao proprietário da infraestrutura que os contém. Suas interações online podem ser visíveis publicamente, mas sua identidade é confidencial.
Comunicação democratizada
A Web 3.0 visa remover barreiras geográficas, políticas e corporativas à comunicação. Ele limita a censura de grandes empresas de tecnologia e equilibra os requisitos de segurança com maior transparência.
Quais são as principais tecnologias na Web 3.0?
A tecnologia de blockchain forma a base de muitas aplicações Web 3.0, fornecendo transparência, imutabilidade e ausência de confiança. Blockchains são livros contábeis descentralizados e distribuídos que armazenam registros de transações ou dados em uma rede de nós.
Um banco de dados de blockchain armazena dados em blocos cronologicamente consistentes que você pode excluir ou modificar somente com o consenso da rede entre pares. O sistema tem mecanismos integrados que impedem entradas de transações não autorizadas e criam consistência na visualização compartilhada dessas transações. Como resultado, você pode usá-lo para criar um livro-razão inalterável ou imutável para rastrear todos os tipos de transações.
Outras tecnologias-chave que impulsionam o desenvolvimento da Web 3.0 são apresentadas a seguir.
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Tokenização
Você pode expandir as aplicações da tecnologia de blockchain por meio da tokenização. Tokenização é o processo de representar ativos do mundo real ou digitais como tokens digitais em uma blockchain.
Esses tokens são representações criptográficas de propriedade, direitos de acesso ou outras formas de valor. Por exemplo, você pode representar ativos físicos e digitais, como imóveis, ações, mercadorias, arte, música e até mesmo itens de jogo.
Cada token pode representar uma fração específica ou uma unidade inteira do ativo subjacente, tornando-o divisível e facilmente negociável. Existem diferentes tipos de tokens no mundo virtual, como tokens de segurança sujeitos a regulamentações de valores mobiliários ou tokens não intercambiáveis (NFTs) que representam ativos únicos e indivisíveis que não permitem propriedade fractal.
WebAssembly
O WebAssembly (Wasm) é um formato de instrução binária para uma máquina virtual baseada em pilha. Ele opera em um ambiente de área restrita dentro do navegador, o que significa que não pode acessar o sistema de arquivos local do usuário.
Ele permite que o código de alta performance seja executado em navegadores da Web, o que fornece uma base para que aplicações descentralizadas sejam executadas com eficiência em diferentes plataformas. Os desenvolvedores podem executar código em uma velocidade quase nativa, proporcionando um aumento significativo na performance em comparação com as tecnologias Web tradicionais, como o JavaScript.
Tecnologias Web semânticas
As tecnologias Web semânticas permitem que as aplicações entendam e interpretem melhor os dados dos clientes. Elas usam princípios de dados vinculados para interligar vários conjuntos de dados ou publicar dados estruturados na Web. Veja alguns exemplos a seguir.
Resource Description Framework
Com a Resource Description Framework (RDF), você pode expressar declarações como triplos na forma de sujeito/predicado/objeto. Esses triplos criam uma estrutura de dados baseada em gráficos que representa os relacionamentos de diferentes entidades. A SPARQL é uma linguagem de consulta para consultar dados RDF.
Web Ontology Language
A Web Ontology Language (OWL) é uma linguagem para definir ontologias ou representações formais de conhecimento e relações entre conceitos. Você pode usá-la para especificar classes, propriedades e instâncias, além de facilitar o raciocínio e a inferência.
Quais são alguns exemplos de aplicações Web 3.0?
Várias aplicações da tecnologia blockchain estão sendo criadas e expostas como APIs e serviços. Elas são então usadas para criar outras aplicações Web3 para diferentes casos de uso. Veja alguns exemplos a seguir.
Contratos inteligentes
Contratos inteligentes são contratos de autoimplementação com regras predefinidas escritas em código. Eles aplicam automaticamente os termos do contrato quando determinadas condições são atendidas. Por exemplo, se um contrato diz que a propriedade de um item é transferida para quem paga por ele, basta enviar o preço pedido a esse contrato. O livro-razão então é atualizado automaticamente usando uma transação no próximo bloco para refletir você como o novo proprietário.
Uma organização autônoma descentralizada (DAO) é um contrato inteligente acordado que automatiza a tomada de decisões descentralizadas sobre um conjunto de recursos (tokens). Os usuários com tokens votam em como os recursos são gastos, e o código executa automaticamente o resultado da votação.
Você pode usar um contrato inteligente para programar condições para instrumentos financeiros, como hipotecas, títulos e valores mobiliários (também chamados de finanças descentralizadas). Ou pode facilitar o rastreamento e o pagamento de mercadorias em uma cadeia de suprimentos. Contratos inteligentes podem eliminar a necessidade de intermediários, o que ajuda a tornar as transações mais eficientes e seguras.
Identificação descentralizada
A identidade descentralizada é uma tecnologia que visa dar aos indivíduos mais controle e propriedade sobre suas identidades digitais. Nos sistemas online tradicionais, os usuários geralmente confiam em provedores de identidade centralizados (como plataformas de mídia social ou serviços de e-mail) para gerenciar suas identidades e acessar vários serviços online.
A identidade descentralizada transfere o controle das informações de identidade de volta para o usuário individual. Ela usa identificadores globais exclusivos associados a um documento de identificador descentralizado (DID). Esse documento contém chaves públicas, material criptográfico e endpoints de serviço relacionados à identidade. A tecnologia usa a divulgação seletiva para compartilhar atributos de identidade específicos e minimizar a exposição a informações de identificação pessoal (PII) durante os processos de verificação de identidade.
InterPlanetary File System (IPFS)
O IPFS é um sistema de armazenamento de arquivos descentralizado e distribuído que fornece uma maneira mais eficiente e resiliente de armazenar e acessar conteúdo na Web 3.0. Ele fornece um hash criptográfico exclusivo (endereço baseado em conteúdo) para cada arquivo. Ele usa uma rede entre pares, em que cada nó IPFS atua como cliente e servidor. Os nós cooperam para armazenar, recuperar e distribuir conteúdo pela Web, eliminando a necessidade de servidores centralizados.
Por exemplo, quando um usuário solicita conteúdo no IPFS, o sistema usa o hash exclusivo desse conteúdo para localizar os nós que o estão armazenando. Em seguida, ele recupera o conteúdo de vários nós em paralelo, ajudando a garantir redundância e tolerância a falhas.
Quais são alguns desafios de implementação da Web 3.0?
Como acontece com qualquer tecnologia emergente, a implementação da Web3 enfrenta vários desafios que devem ser solucionados para uma ampla adoção e sucesso. Alguns dos principais desafios são apresentados a seguir.
Desafios técnicos
A escalabilidade continua sendo a principal preocupação, pois as redes de blockchain podem se tornar muito caras e exigentes em termos computacionais à medida que os volumes de dados aumentam. Esforços estão em andamento para criar tecnologias sustentáveis e ecológicas.
A interoperabilidade entre diferentes redes e protocolos de blockchain é outro desafio.
Experiência e adoção pelos usuários
Interfaces complexas e uma curva de aprendizado acentuada limitam a adoção convencional. É essencial melhorar a experiência dos usuários, projetando interfaces intuitivas que abstraiam as complexidades da tecnologia blockchain.
Além disso, a conformidade regulatória representa um desafio, pois as aplicações Web3 devem seguir os requisitos existentes de proteção de dados e segurança financeira.
Governança
A governança em sistemas descentralizados pode ser um desafio. Ela exige estruturas eficazes que envolvam a participação da comunidade e não centralizem o poder.
Projetar uma prática eficiente de tokenomics e padrões de token eficientes que se alinhem aos objetivos da aplicação requer uma análise cuidadosa. Colaboração, inovação e melhorias contínuas na comunidade Web3 são necessárias para superar essas limitações.
Como a AWS pode oferecer suporte aos seus requisitos de aplicações Web 3.0?
O Amazon Managed Blockchain é um serviço totalmente gerenciado, projetado para ajudar você a criar aplicações Web3 resilientes em blockchains públicas e privadas. Com o Managed Blockchain, você não precisa se preocupar em implantar uma infraestrutura de blockchain especializada e manter suas aplicações Web3 conectadas à rede blockchain.
Todos os atributos do Managed Blockchain são escalados com segurança para a criação de aplicações de nível institucional e de consumo convencional. Aqui estão algumas maneiras com as quais você pode se beneficiar:
- Usar o AMB Access para acesso instantâneo e sem servidor a várias blockchains
- Usar o AMB Query para APIs simples para o desenvolvedor que acessam dados históricos e em tempo real de várias blockchains
- Integrar dados de blockchain padronizados com serviços da AWS sem usar uma infraestrutura especializada de blockchain ou ferramentas de extração, transformação e carregamento (ETL)
Comece a usar aplicações Web 3.0 na AWS criando uma conta hoje mesmo.
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